A internet que usamos no dia a dia é apenas a superfície de um vasto universo online. Oculta sob camadas de anonimato, a Dark Web é uma parte intrigante e controversa da rede, acessível apenas com navegadores específicos, como o Tor.
Diferente da Deep Web, que abrange conteúdos não indexados, a Dark Web é um espaço repleto de mistérios, exigindo precauções e conhecimentos específicos para explorá-la.
O que é Dark Web?
A Dark Web, ou internet obscura, é uma pequena parte da Deep Web composta por sites e servidores que só podem ser acessados com navegadores especiais, e configurações específicas. É um ambiente protegido por camadas de anonimato.
Diferente dos sites tradicionais, acessíveis por qualquer navegador ou dispositivo, a Dark Web possui um caráter exclusivo. Para explorá-la, é necessário o uso de ferramentas específicas que garantam segurança e anonimato.
Entre essas ferramentas, o navegador Tor é indispensável. Ele permite acessar esse ambiente oculto, protegendo a identidade dos usuários. Essa característica faz da Dark Web um espaço restrito e envolto em mistérios.
Consequentemente, a Dark Web atrai tanto curiosos quanto pessoas que buscam privacidade ou informações indisponíveis na internet convencional. Essa combinação a torna um ambiente intrigante e, ao mesmo tempo, controverso.
O que é a Deep Web?
A Deep Web é a camada oculta da internet, inacessível por meio de buscadores comuns como o Google. Representando cerca de 90% de todos os sites da internet, ela é protegida por configurações especiais ou senhas. Diferente da Surface Web, que é pública, a Deep Web contém conteúdos restritos e privados.
A Deep Web é significativamente maior do que a internet tradicional que conhecemos. Ela abriga não apenas sites populares, mas também muitos sites ilegais, frequentemente associados a conteúdos perturbadores e atividades criminosas.
Esse ambiente oculto oferece uma ampla variedade de informações e serviços, sem qualquer regulamentação, devido à dificuldade de rastrear os sites. A falta de visibilidade e controle torna a Deep Web um espaço onde atividades ilícitas podem ocorrer com relativa impunidade.
Quais são os perigos de acessar a Dark Web?
Os perigos de acessar a Dark Web são similares aos da internet convencional, mas não necessariamente mais graves. É um equívoco pensar que a Dark Web é inerentemente perigosa ou que o usuário será hackeado apenas por acessá-la.
Na realidade, os cuidados necessários ao navegar pela Dark Web são os mesmos aplicados na surface web, a camada pública e acessível da internet. A internet como um todo tornou-se um ambiente suscetível a golpes e fraudes, e o maior risco está nas escolhas feitas pelo próprio usuário.
Um dos principais perigos é a busca por soluções milagrosas ou formas rápidas de ganhar dinheiro, o que pode levar a golpes. Ao evitar ofertas suspeitas, não informar dados pessoais e evitar downloads perigosos, os riscos podem ser consideravelmente reduzidos.
Além disso, os navegadores utilizados para acessar a Dark Web, como o Tor, oferecem camadas adicionais de segurança. Eles desabilitam recursos que, em navegadores convencionais, poderiam ser explorados como brechas para ataques.
Portanto, com precauções adequadas, os perigos da Dark Web podem ser minimizados e ela pode ser até mais segura que a internet convencional.
O que significa seu CPF foi localizado na Dark Web?
Isso significa que seu CPF ou seus dados foram localizados em algum site criminoso especializado na venda de dados pessoais na Dark Web para a prática crimes cibernéticos.
Os dados quando estão disponíveis na Dark Web eles podem ser comprados por qualquer criminoso que deseje colocar seus crimes em prática, como abertura de empresas, solicitação de empréstimo, compras fraudulentas na internet e outras práticas criminosas.
Milhões de brasileiros já tiveram seus dados negociados na Dark Web e não há nada o que fazer para impedir isso. Esse tipo de informação é extremamente valiosa para golpistas. Muitas vezes, eles negociam dados até mesmo em grupos do Telegram e WhatsApp.
O que acontece com os dados vazados na Dark Web?
Quando dados vazam na Dark Web, isso geralmente indica que foram obtidos ilegalmente por meio da invasão de sistemas ou sites. Esses dados são, então, disponibilizados para negociação em mercados ocultos, atraindo golpistas e estelionatários.
Os criminosos utilizam esses dados para praticar diversas fraudes, como roubo de identidade e golpes financeiros. Além da Dark Web, dados vazados também podem circular na internet convencional, facilitando ainda mais o acesso por terceiros mal-intencionados.
O principal problema é a falta de fiscalização nesses ambientes, permitindo que essas negociações ocorram livremente. Isso torna essencial que usuários e empresas adotem medidas de segurança robustas para proteger suas informações contra possíveis vazamentos.
Como os dados vazam na Dark Web?
Os dados podem ser obtidos ilegalmente através da invasão de sites ou sistemas do governo. É difícil determinar de onde os dados foram vazados. As possíveis causas de vazamento de dados na Dark Web são:
MEI - Dados públicos
Se você criou um MEI (microempreendedor individual) e, algum tempo depois, foi informado que seus dados vazaram na Dark Web, é provável que isso tenha ocorrido devido à consulta pública de informações do MEI.
Ao registrar um MEI, dados pessoais como nome completo, CPF, e-mail, endereço e telefone são tornados públicos, acessíveis a qualquer pessoa na internet. Criminosos frequentemente aproveitam essa exposição para coletar esses dados e vender para golpistas.
Infelizmente, essas informações são consideradas públicas e o governo as disponibiliza de forma acessível, sem restrições significativas. Isso torna ainda mais importante que os microempreendedores adotem medidas de proteção para minimizar os riscos.
Phishing ou engenharia social
Criminosos frequentemente utilizam sites ou campanhas promocionais falsas com o objetivo de capturar dados pessoais por meio de estratégias de engenharia social. Essas ações enganam os usuários, levando-os a fornecer voluntariamente informações sensíveis, acreditando em promessas falsas.
É comum encontrar na internet campanhas fraudulentas, como as que prometem brindes de marcas conhecidas, como as mensagens falsas atribuídas ao Boticário. Milhares de pessoas caem nesses golpes, informando seus dados pessoais, que posteriormente são vendidos para golpistas.
Muitas vezes, os usuários não percebem o golpe por não haver solicitação de números de cartão de crédito ou informações bancárias. No entanto, para os golpistas, dados pessoais têm tanto valor quanto informações financeiras. Por isso, esses golpes solicitam apenas informações básicas, como nome, endereço e telefone, suficientes para serem vendidas na Dark Web para futuras fraudes.
Sites de compras
Ao realizar compras online, é comum fornecer dados pessoais em sites que nem sempre implementam as melhores práticas de segurança ou não usam o HTTPS. Isso pode expor os usuários a riscos significativos, especialmente se o site não for totalmente confiável.
Além disso, muitos usuários ainda utilizam senhas frágeis, o que agrava a situação. Quando combinadas com sistemas de proteção inadequados, essas senhas tornam o acesso de hackers muito mais fácil.
Esses criminosos podem roubar informações sensíveis, como dados bancários e detalhes pessoais. Por isso, é fundamental adotar precauções, como usar senhas fortes e escolher sites seguros, para proteger a privacidade e segurança ao fazer compras online.
Sistemas do governo
Os sistemas do governo deixam a desejar em termos de segurança digital, com a falta de criptografia robusta e a ausência de testes regulares de vulnerabilidades. Essas falhas criam brechas significativas, tornando os sistemas alvos atrativos para criminosos cibernéticos.
Esses vazamentos massivos de informações são frequentemente divulgados pela imprensa, expondo dados sensíveis de milhões de brasileiros.
Como consequência, criminosos podem obter informações pessoais de forma fácil, utilizando-as para cometer fraudes, roubos de identidade e outros crimes.
Instituições de ensino
Faculdades e instituições de ensino armazenam dados pessoais de milhares de alunos, tornando-se alvos atrativos para ataques de hackers. Esses ataques muitas vezes resultam em vazamentos massivos de informações sensíveis.
Embora essas instituições tenham a obrigação de adotar as melhores práticas de segurança, é comum notícias sobre vazamentos de dados, expondo os alunos a riscos significativos.
Quem criou a Dark Web?
A criação da Dark Web não pode ser atribuída a uma única pessoa, mas sim a um conjunto de desenvolvimentos tecnológicos e ideológicos. O conceito de anonimato na internet começou a se formar com o lançamento do Tor, em 2002, por cientistas do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
O objetivo inicial era permitir comunicações seguras e anônimas para dissidentes e militares. Com o tempo, a Dark Web evoluiu, tornando-se um espaço mais amplo e, muitas vezes, associado a atividades clandestinas.
É possível ser rastreado na Dark Web?
A Dark Web oferece um alto nível de segurança e anonimato, dificultando o rastreamento. No entanto, para garantir proteção eficaz, o usuário deve adotar precauções, como evitar a instalação de softwares desconhecidos e não compartilhar dados pessoais em sites.
Embora navegadores como o Tor ofereçam proteção ao mascarar o IP, tornando a navegação mais anônima, atividades suspeitas ainda podem ser monitoradas. Agências de segurança e hackers experientes possuem ferramentas e métodos para rastrear movimentos na Dark Web, tornando o anonimato relativo.
Além disso, a falta de cuidado ao utilizar redes inseguras ou fornecer informações pessoais pode expor o usuário. Por isso, é fundamental manter rigorosos padrões de segurança, mesmo na Dark Web.
Conclusão
A Dark Web é um espaço intrigante e cheio de contrastes, onde o anonimato é tanto uma vantagem quanto um risco. Embora ofereça proteção à privacidade e liberdade para aqueles que buscam segurança, também abriga atividades ilícitas e conteúdos perigosos.
Navegar na Dark Web requer cautela, pois, sem as precauções adequadas, os usuários podem se expor a riscos significativos.
